Avaliar
o comportamento de poluentes no ambiente, através
do monitoramento da sua ação em organismos vivos
é um tópico
novo nas ciências ambientais, que
tem sido chamado de biomonitoramento ou bioindicação.
O fundamento disso é que um estímulo ambiental,
assim como um estímulo proveniente de um poluente,
provocam reações no organismo vivo e podem acarretar
várias alterações em seu funcionamento. Nos métodos
da bioindicação, o comportamento do organismo frente
a um agente estressor é utilizado na avaliação da
qualidade de um ambiente. O monitoramento através
de métodos físico-químicos aborda o tipo e a intensidade
de fatores, inferindo eventualmente sobre os efeitos
biológicos. Enquanto que na bioindicação são obtidas
informações sobre os efeitos de estressores no sistema
biológico, podendo-se eventualmente inferir sobre
a qualidade e quantidade do fator estressor.
O desenvolvimento na área do monitoramento biológico,
especialmente na Europa, provocou o surgimento de
inúmeras designações para métodos e enfoques que
se desenvolveram em conexão com diferentes linhas
de pesquisas e aplicações práticas. Os dois tipos
básicos de indicadores são chamados
de "indicadores sensíveis" e "indicadores acumuladores".
Ambos indicadores podem ser encontrados entre os
organismos testes, organismos monitores e indicadores
ecológicos. Organismos testes são empregados em
metodologias de laboratório altamente padronizadas,
cujos resultados são também altamente reprodutíveis.
Neste grupo são incluídos, entre outras metodologias,
os testes com algas, daphnia, peixes, etc. Estas
metodologias têm sido amplamente utilizadas no monitoramento
da qualidade da água. Esforços recentes no desenvolvimento
de metodologias de testes biológicos no controle
da qualidade do ar, especificamente no monitoramento
de emissões, têm trazido bons resultados. Organismos
monitores são geralmente empregados em metodologias
que monitoram condições ambientais e que fornecem
informações necessárias ao controle aplicado da
poluição, especialmente da poluição do ar. No caso
de "monitores biológicos ativos", eles são "introduzidos"
padronizadamente no ambiente. A gramínea, por exemplo,
é utilizada para avaliar o acúmulo de poluentes
como metais pesados; o tabaco é empregado na avaliação
do efeito do ozônio; líquens são usados na determinação
de efeitos fitotóxicos e acúmulo de poluentes. Procedimentos
que estudam diretamente ou coletam amostras de organismos
presentes no ecossistema e as transportam para análise
no laboratório são chamadas de "monitores biológicos
passivos".
A combinação de várias metodologias do monitoramento
biológico e a sua aplicação sistemática no controle
da poluição, constitue uma rede de monitoramento
de efeitos, a qual pode fornecer informações essenciais
a órgãos governamentais e instituições interessadas,
colaborando na implemantação de estratégias de controle
da poluição, a exemplo do que ocorre na Europa,
especialmente na Alemanha no controle da poluição
do ar.
A reação sensível de um organismo frente a qualidade
do seu ambiente, usada como indicação (monitoramento),
pode ser a nível bioquímico,
fisiológico, morfológico, comportamental,
etc. Todas essas reações dependem não somente do
fator a ser indicado (monitorado), mas também do
nível nutricional, disponibilidade de água, outros
fatores ambientais como luminosidade, temperatura,
idade do organismo, sexo, fase de desenvolvimento,
características genéticas, concorrência entre indivíduos
ou espécies, etc. O mesmo deve ser considerado ao
se estudar o acúmulo de uma certa substância. A
padronização dos monitores é por isso um fator de
fundamental importância em programas de monitoramento.
Os principais projetos
na área de biomonitoramento em desenvolvimento
no LAVIET estão ligados a avaliação da poluição
atmosférica em áreas urbanas e industriais.
|